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domingo, 25 de março de 2012

PSDB DECIDE HOJE FUTURO POLÍTICO DE JOSÉ SERRA.

Ex-governador de São Paulo disputa prévias dentro do seu partido. Aliados apostam em vitória, mas sem larga vantagem.

Após meses de indefinições e o receio de o PT acabar com sua hegemonia em São Paulo, o PSDB escolhe hoje o seu candidato à prefeitura paulistana. Ex-prefeito, ex-governador e duas vezes candidato derrotado à Presidência da República, José Serra é o favorito. Contudo, até seus próprios aliados duvidam de uma vitória por larga vantagem.
Serra enfrenta o deputado federal Ricardo Trípoli e o secretário estadual de Energia, José Aníbal. Apesar das pressões para que desistissem, os dois se mantiveram na disputa. Cerca 20 mil filiados estão aptos a votar. O comparecimento não é obrigatório. Serristas mais otimistas apostam numa vitória do ex-governador com 60% dos votos.
Não é o ideal para um candidato que conta o apoio declarado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tucano mais poderoso do Estado neste momento. Dois secretários de Alckmin abriram mão de suas pré-candidaturas para apoiar Serra: Andrea Matarazzo, secretário estadual de Cultura, e Bruno Covas, de Meio Ambiente.
Alckmin também fez pressão para que o PSDB municipal aceitasse a inscrição de Serra nas prévias após o vencimento do prazo, no dia 14 de fevereiro. A decisão rachou o partido na cidade. O atual governador escalou nomes de sua confiança para coordenar a campanha de Serra: os secretários Edson Aparecido (Desenvolvimento) e Julio Semeghini (Planejamento).
Efeito Kassab-PT
A tardia operação em favor de Serra ocorreu por um fato externo à legenda tucana. Aliado tradicional do PSDB em São Paulo, o prefeito paulistano Gilberto Kassab (PSD) só aceitava abrir mão de uma candidatura do seu partido se Serra fosse o candidato do PSDB. Além de ameaças, Kassab chegou a negociar uma aliança com Fernando Haddad, candidato do PT.
O prefeito paulistano conversou sobre o assunto com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além disso, na Câmara dos Deputados, o novo partido de Kassab, o PSD, passou a apoiar projetos de interesse da presidenta Dilma Rousseff. O gesto escancarou o desejo da nova legenda em fazer parte da base aliada liderada pelo PT no Congresso.
O movimento de Kassab e a falta de um nome claramente competitivo no PSDB fizeram com que Serra entrasse na disputa. Imediatamente após o anúncio, ele ampliou sua liderança nas pesquisas de intenção de voto. Contudo, nos mesmos levantamentos, apresentou alta rejeição, sobretudo por ter renunciado a prefeitura em 2006.
De volta ao jogo
Se confirmado candidato hoje, Serra fará sua quarta disputa pela Prefeitura de São Paulo. Em 1988 e 1996, foi derrotado. Em 2004, dois anos depois de perder a Presidência da República para Lula, venceu a então prefeita Marta Suplicy (PT). De imediato, recolou-se no jogo pela disputa pelo Planalto.
Em 2006, ameaçou disputar a presidência, mas acabou perdendo o posto para Geraldo Alckmin. Mesmo assim, elegeu-se governador de São Paulo em primeiro turno. Em 2008, operou contra a candidatura de Alckmin à prefeitura e ajudou, nos bastidores, a reeleição de Kassab. Isso demonstra porque o prefeito é fiel a Serra e recuou no apoio a Haddad.
Após a derrota para Dilma em 2010, Serra quase assistiu ao fim de sua carreira política. No ano seguinte, tentou retomar o comando nacional do PSDB. Foi derrotado por Aécio Neves (PSDB-MG), que apoiou a reeleição de Sérgio Guerra (PE) como presidente nacional dos tucanos. Restou a Serra o comando do Conselho Político do partido, que ainda não funcionou na prática.
Sonho para 2016
Serra tem dito que o “sonho presidencial” está "adormecido" até 2016, quando acabaria seu mandato de prefeito paulistano, caso seja eleito. Mesmo dizendo-se fora do jogo, Serra tentará influir na sucessão presidencial. Na cadeira de prefeito da maior cidade do País, poderá ter força para isso.
Há quem diga que Serra possa atrapalhar os planos do senador Aécio Neves, hoje nome mais forte do partido para disputar o Planalto. Um deles é Kassab, que chegou a dizer que Serra prefere ver Dilma reeleita do que Aécio presidente da República.

Fonte: Último Segundo/Adriano Ceolin
Fotos: Agência Estado

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