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sábado, 31 de março de 2012

O desafio depois da cura (Editorial)

O Estado de S.Paulo
Lula saiu um pouco igual e um pouco diferente do bem-sucedido tratamento do câncer na laringe diagnosticado há exatos cinco meses. O Lula de sempre e o Lula mudado apareceram no mesmo vídeo de pouco menos de três minutos que o ex-presidente gravou para anunciar a cura da enfermidade.
O primeiro é o líder messiânico que jamais será apanhado dizendo em duas palavras o que pode dizer em vinte - uma das fontes de seu formidável carisma e poder de convencimento, a ponto de a loquacidade a serviço da autopromoção ter se tornado uma espécie de segunda natureza do escolado palanqueiro.
Eis o Lula de safra: "Vou voltar à vida política porque acho que o Brasil precisa continuar crescendo, continuar se desenvolvendo, gerando emprego, gerando distribuição de renda e melhorando a vida de milhões e milhões de brasileiros que conseguiram chegar à classe média e não querem voltar atrás. E daqueles que sonham em chegar à classe média".
No entanto, visto que ninguém passa impunemente por se saber portador de uma doença do gênero e pelas vicissitudes decorrentes das severas terapias empregadas no seu combate, um Lula submetido às servidões da condição humana também entrou em cena.
"Agora", avisou no vídeo, "volto à minha militância com muito mais cuidado, muito mais maduro e muito mais calejado, pensando em primeiro lugar em cuidar da saúde."
O tempo dirá se a consciência dos próprios limites - ele está curado, mas durante muito tempo terá de poupar as cordas vocais - prevalecerá sobre as pressões para que continue a agir como salvador da pátria petista. Nunca é bom, obviamente, ter tido câncer, mas, pior ainda, no caso dele, é enfrentar em seguida os desafios de um ano eleitoral.
O principal, como se sabe, é o que ele próprio se criou, quando, nos seus tempos recentes de insopitável onipotência, resolveu repetir em São Paulo, com o ministro da Educação, Fernando Haddad, o que fizera com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no plano nacional.
Leia a íntegra em O desafio depois da cura

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