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sábado, 31 de março de 2012

Proibição de bingo era só fachada para beneficiar Cachoeira

Roberto Maltchik, O Globo
Apresentado em 2002 pelo ex-senador Maguito Vilella (PMDB-GO), o projeto de lei 7.228 é revelador sobre o interesse de Carlos Cachoeira em manter fiéis aliados no Congresso. A proposição, citada nas conversas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal entre Cachoeira e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), aparentemente trata da proibição do jogo de bingo no Brasil.
Entretanto, guarda um artigo que daria liberdade ao contraventor para atuar com desenvoltura no mercado de loterias oficiais.Numa só tacada, a proposta de Vilella, atual prefeito de Aparecida de Goiânia (GO), tornaria crime a exploração do jogo de bingo, mas permitiria aos estados e ao Distrito Federal criarem suas próprias loterias, atividade hoje restrita à União.
O flanco para a exploração até do jogo do bicho ficou patente no relatório na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara, produzido pelo ex-deputado Luiz Bittencourt (PMDB-GO).
O texto foi redigido em abril de 2004: “A prevalecer esta intenção, os estados e o Distrito Federal poderiam, a seu critério, regular e autorizar quaisquer tipos de jogos, em concorrência com os da União, podendo, inclusive, legalizar jogos que se encontram hoje na clandestinidade, como é o caso do denominado “jogo do bicho”.
Cinco anos depois, em diálogos gravados em 2009 e revelados pelo GLOBO na quinta-feira, Cachoeira pede a Demóstenes para acompanhar a tramitação do projeto na Câmara. Nas conversas, o senador promete interceder para tentar a aprovação do texto. Demóstenes alerta o contraventor sobre a proibição dos bingos, o primeiro artigo: “Então, inclusive te pega, né?”
Mas Cachoeira avisa que há a permissão para regularização de loterias estaduais, justamente onde o contraventor acreditava que poderia regularizar sua atividade.
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