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sábado, 31 de março de 2012


“Chefe”, senador discutia ações no Parlamento

Por Vannildo Mendes, no Estadão:
Um dos principais operadores da organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, o sargento reformado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, tratava o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) por “chefe”. Diálogo telefônico interceptado pela Polícia Federal em junho de 2009, no âmbito da Operação Vegas, mostra Demóstenes em posição de comando, passando ordens para Dadá e coordenando ações dentro do Senado.

“Entendeu o que eu falei?”, indaga Demóstenes ao final da explicação sobre as ações desenvolvidas no Parlamento. “Entendi, entendi. Eu vou avisar pra eles, mas… mesmo assim ficou bom, né chefe?”, responde Dadá.
Referindo-se à mobilização política que comandava para aprovação de medidas legislativas, Demóstenes atualiza o ex-sargento: “É, ficou bom porque dá pra acudir, foi bom ter trazido o tema, (mas) não dá pra fazer nada em uma semana, nada, a não ser discurso. Isso não resolve, até porque eu já tô com a lista que você me passou. É… na hora que o presidente anunciar o negócio, eu convoco uma audiência pública pra discutir o tema”.
Dadá demonstra ter contatos na mídia para difundir interesses do grupo: “Aí eu aviso a imprensa”. Demóstenes encerra a ligação, de menos de três minutos: “Mas pode ter certeza que o negócio vai ser polêmico”.
A operação Vegas, realizada em 2009, levantou indícios que resultaram em outra operação, a Monte Carlo, desencadeada em 29 de fevereiro passado, na qual foi desarticulara uma ampla rede de jogos ilegais comandada por Cachoeira. Ele e Dadá estão presos à disposição da Justiça.
A Vegas indiciou várias pessoas, mas a parte que alcança Demóstenes e outros parlamentares era desconhecida até agora porque, por envolver réus com prerrogativa de foro especial, a investigação dependia de pedido de inquérito da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que não foi feito na ocasião.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

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