“Chefe”, senador discutia ações no Parlamento
Por Vannildo Mendes, no Estadão:
Um dos principais operadores da organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, o sargento reformado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, tratava o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) por “chefe”. Diálogo telefônico interceptado pela Polícia Federal em junho de 2009, no âmbito da Operação Vegas, mostra Demóstenes em posição de comando, passando ordens para Dadá e coordenando ações dentro do Senado.
Um dos principais operadores da organização criminosa comandada pelo contraventor Carlinhos Cachoeira, o sargento reformado da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, tratava o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) por “chefe”. Diálogo telefônico interceptado pela Polícia Federal em junho de 2009, no âmbito da Operação Vegas, mostra Demóstenes em posição de comando, passando ordens para Dadá e coordenando ações dentro do Senado.
“Entendeu o
que eu falei?”, indaga Demóstenes ao final da explicação sobre as ações
desenvolvidas no Parlamento. “Entendi, entendi. Eu vou avisar pra eles,
mas… mesmo assim ficou bom, né chefe?”, responde Dadá.
Referindo-se
à mobilização política que comandava para aprovação de medidas
legislativas, Demóstenes atualiza o ex-sargento: “É, ficou bom porque dá
pra acudir, foi bom ter trazido o tema, (mas) não dá pra fazer nada em
uma semana, nada, a não ser discurso. Isso não resolve, até porque eu já
tô com a lista que você me passou. É… na hora que o presidente anunciar
o negócio, eu convoco uma audiência pública pra discutir o tema”.
Dadá
demonstra ter contatos na mídia para difundir interesses do grupo: “Aí
eu aviso a imprensa”. Demóstenes encerra a ligação, de menos de três
minutos: “Mas pode ter certeza que o negócio vai ser polêmico”.
A operação
Vegas, realizada em 2009, levantou indícios que resultaram em outra
operação, a Monte Carlo, desencadeada em 29 de fevereiro passado, na
qual foi desarticulara uma ampla rede de jogos ilegais comandada por
Cachoeira. Ele e Dadá estão presos à disposição da Justiça.
A Vegas
indiciou várias pessoas, mas a parte que alcança Demóstenes e outros
parlamentares era desconhecida até agora porque, por envolver réus com
prerrogativa de foro especial, a investigação dependia de pedido de
inquérito da Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal
(STF), o que não foi feito na ocasião.
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Tags: Demostenes Torres
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