Revelações feitas por reportagem de VEJA leva Câmara do Distrito Federal a criar CPI da Arapongagem. É por isso que alguns se irritam com jornalismo independente…
A
VEJA da semana passada trouxe à luz mais um caso escabroso: foi montada
uma central de arapongagem no governo do Distrito Fedral, e seu comando
está na Casa Militar do governador Agnelo Queiroz, do PT. É… A VEJA é
aquela revista de que alguns poucos, muito poucos, não gostam porque
beneficiários diretos ou (i)morais de falcatruas.
Agnelo,
recorrendo a seus métodos conhecidos, fez de tudo para impedir a
instalação de uma CPI na Câmara Distrital para investigar o caso. Nas
ações mais amenas, ofereceu cargos para tentar impedir a criação da
comissão. Desta vez, não deu certo. Se a CPI vai chegar a algum lugar,
vamos ver. Em tese, o governo tem a maioria. Já se sabe que o esquema
ilegal investigou adversários, jornalistas e, pasmem!, até aliados do
governador…
É difícil
imaginar, convenha-se, que algo assim se instale sem que Agnelo saiba.
Mas só a lógica não basta nesses casos. É preciso obter a prova. Caso
ela apareça, não há como este senhor permanecer no governo. Intramuros, a
cúpula do PT já pensa cenários para uma eventual renúncia de Agnelo e
de seu vice. Caso ela se dê antes do término do segundo ano de mandato, é
preciso fazer uma nova eleição; se acontecer depois, aí caberá à Câmara
Distrital esoclher o novo governador, em eleição indireta.
A única
coisa que o governo conseguiu foi diluir um tantinho o objeto da CPI.
Para todos os efeitos, ela vai investigar violações de sigilo desde
2006, como se o problema não estivesse mesmo no governo Agnelo. Leia o
que informa Lúcio Vaz na Folha Online:
A Câmara
Legislativa não atendeu aos apelos do governador Agnelo Queiroz (PT) e
criou hoje a CPI da Arapongagem, destinada a investigar a violação do
sigilo telefônico, telemático e ambiental de autoridades, servidores e
jornalistas no Distrito Federal a partir de 2006. Horas antes da coleta
das 11 assinaturas, o Diretório do PT no DF emitiu nota orientando os
seus deputados distritais (5) a não assinar o pedido de CPI, que teria
por objetivo “arrastar o governo petista para o centro das denúncias
reveladas pela Operação Monte Carlo”.
O presidente
da Câmara, Cabo Patrícío (PT), estremecido com o governador após a
demissão de um afilhado seu no governo, não atendeu ao pedido e assinou o
requerimento apresentado pela oposição. “Sou militante do PT e
presidente do Poder Legislativo. Vou manter a mesma firmeza que mantive à
frente das investigações da Operação Caixa de Pandora”, justificou,
referindo-se à CPI que investigou o ex-governador José Roberto Arruda.
Enquanto os
deputados se reuniam na presidência da Casa, o deputado Israel Batista
(PDT) anunciava o seu afastamento do governo de Agnelo, atendendo a
recomendação da direção nacional do partido. Saem junto com ele o
secretário do Trabalho e o administrador do Lago Norte. O líder do
governo na Câmara, Wasny de Roure (PT), confirmou a ação de Agnelo
contra a CPI: “Não sou hipócrita. Ele pediu para que não assinássemos.
Não por receio, mas por causa da turbulência que haverá”, disse o líder.
Ele afirmou, porém, que a Câmara não terá condições de fazer a
investigação proposta: “Poderá ser mais um processo pífio, de
ridicularização da Câmara. Essa seria uma tarefa para a Polícia
Federal”.
Tags: Agnelo Queiroz, governo do DF
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