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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Política

Mensalão: hora de dar nomes aos bois (Editorial)

O Globo
A CPI do Cachoeira finalmente ganha corpo, com a reunião das assinaturas necessárias para o ato de instalação. Em boa hora.
Falando em homenagem que recebeu na Câmara dos Deputados, disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso: “Acho que o país cansou. Então, talvez seja o momento de o Congresso crescer, e fazer uma CPI que vá à raiz das questões.”
Na raiz das questões estão fenômenos como o contraventor Cachoeira, instalado nas dobras do governo de Goiás, manipulando políticos como o senador Demóstenes, ou a empreiteira Delta, cujo proprietário, grande executor de obras do PAC, se gaba de dobrar políticos pondo 30 milhões nas mãos deles.
Já há tempos que o país anda com a corrupção entalada na garganta. De repente, parece que um limite é ultrapassado. E acontece o inédito: todos a favor da CPI, governistas e opositores igualmente sorridentes, mostrando listas de assinaturas.
Supõe-se que houve erro de cálculo, a começar pelo ex-presidente Lula, que tocou a ferro e fogo a ideia, porque achava que apanhava políticos da oposição — em especial o governador de Goiás, seu desafeto.
Mas a euforia petista já refluiu, porque, como se sabe, ninguém sabe como termina uma CPI.
Outra expectativa do PT era de que a CPI do Cachoeira atrapalharia o ritmo do julgamento, pelo Supremo, da questão do Mensalão.
Mas já se sabe que não vai ser assim. As duas coisas podem perfeitamente caminhar pari passu. Quem afirma é o novo presidente do STF, ministro Ayres Britto, que foi explícito ao dizer que é preciso andar rápido, porque há o risco de prescrição de alguns delitos.
Também há o risco de esse andamento conflitar com o calendário eleitoral, porque, a partir de julho, ministros do Supremo serão também ministros do Superior Tribunal Eleitoral. Mas isso não impedirá o julgamento.
Cobra-se pressa, no STF, do relator, ministro Lewandowski. Como já foi dito, ninguém quer passar à História como coveiro desse processo.
Leia a íntegra em Hora de dar nomes aos bois

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