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sexta-feira, 27 de abril de 2012


Cachoeira está revoltado e se considera preso político

Por Catia Seabra, na Folha:
Andressa Mendonça, de 30 anos, deixou na terça a penitenciária da Papuda, em Brasília, com um recado do marido, o empresário Carlinhos Cachoeira, 49. “Revoltado” e declarando-se “um preso político”, Cachoeira não descarta prestar um depoimento bombástico à CPI de que é alvo no Congresso. “Ele reflete muito. Como toda pessoa que está presa, longe dos seus, pensa uma coisa e, depois, pensa outra. Difícil saber o que vai acontecer. Ele não tomou uma decisão”, afirma. Preso desde 29 de fevereiro, Cachoeira diz que fizeram dele um “bode expiatório” e reclama de ser renegado por antigos aliados. A prisão frustrou os planos do casal, que noivaria no dia 14 de março, data do aniversário dela. Na terça, para a visita a Cachoeira, com quem vive há 9 meses, ela colocou a espessa aliança de brilhantes reservada para o noivado na mão esquerda. “Foi para mostrar minha lealdade.” No dia seguinte, quarta-feira, falou à Folha.
Folha - A senhora visitou o Cachoeira na Papuda. Ele emagreceu, perdeu…
Andressa Mendonça - Quinze quilos. Ele já ganhou peso. A cabeça dele está muito bem. As ideias estão se organizando. Mais tranquilo, menos ansioso. O isolamento de Mossoró [RN, onde estava antes] fazia-lhe muito mal.
(…)
O que a senhora sente ao ver o marido retratado como o líder de quadrilha?
Revolta e tristeza. Julgam o Carlinhos por isso ou por aquilo. Mas a pessoa que eu conheço não é essa. O Carlinhos que eu conheço faz caridade, doa caminhão de macarrão para creche, doa caminhão de brinquedo. É humano, comprometido e responsável.
O que diz sobre essa acusação de exploração de jogo ilegal?
Acredito que ele é inocente, que vai ter oportunidade de falar e se defender. Ele se considera um preso político. Fica revoltado. Falou várias vezes que, após a ditadura, ele é um preso político. Que a [Operação] Monte Carlo tomou um rumo muito mais político do que a operação em si.
Mas qual é a lógica? Ele acha que é uma perseguição governamental?
Acha que fizeram ele de bode expiatório. Fiquei muito chateada quando um senador, acho que Pedro Simon [PMDB-RS], disse que ele é o futuro PC [Farias]. Pegaram o Carlinhos, julgaram, condenaram e agora querem matar.
Por que bode expiatório?
Ele não me fala em nomes. Mas, como tomou um rumo político, ele se sente assim. Fica com muito medo, talvez por ter sido levado a um presídio de segurança máxima. Ele é réu primário, não é um homicida, não cometeu crime hediondo.
(…)
Há uma grande expectativa em relação ao depoimento dele na CPI. Afinal, será uma bomba ou não vai falar nada?
Ele reflete muito. Como toda pessoa que está presa, longe dos seus, pensa uma coisa e, depois, pensa outra. Difícil saber o que vai acontecer. Ele não tomou uma decisão.
Então, não dá para garantir que ele será moderado, nem…
Não.
Verdade que ele gravava todas as conversas?
Não sei te responder. Como estou “casada” há pouco, nunca falamos sobre isso.
No calor do processo, muitos negam laços com Cachoeira…
Isso é cômico. Não entendo. O Carlinhos tem tantos amigos de todos os níveis sociais. Não vejo problema em dizer que o conheciam.
(…)
Por Reinaldo Azevedo

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