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sexta-feira, 10 de agosto de 2012


Advogado de Dirceu, que usou apenas 45 minutos dos 60 que tinha, entrega um novo texto ao Supremo insistindo na inocência do cliente

Ai, ai… Eu tinha achado fraca, como sabem, a defesa que José Luís de Oliveira Lima fez de José Dirceu. Pelo visto, ele também — só alguns de seus muitos amigos na imprensa a consideraram o “ó” do borogodó. Ele dispunha de uma hora para defender seu cliente. Usou apenas 45 minutos. E agora fez o quê? Resolveu entregar ao STF um novo texto com refutações — que poderiam ter sido feitas diante dos ministros, ora essa!
Ele conhece o processo e conhecia a peça acusatória do procurador-geral. A parte que diz respeito a seu cliente em particular não tomou mais do que sete ou oito minutos de leitura. Ele teve uma hora para rebater o que lhe concernia. E apresentou aquilo que se viu. Passados alguns dias, decidiu redigir a sua “Defesa do B”. Tomo isso, claro, como reconhecimento de um mau desempenho. Mas também como mais uma maneira de pressionar o Supremo não com o que está nos autos, mas com o que está fora dele. Esse documento adicional é uma forma de tentar chamar a atenção para o que seria uma grave injustiça com Dirceu.
Ah, sim: no documento, destaca-se mais uma vez que Delúbio tinha autonomia no PT. Olhem para o ex-tesoureiro… Ele não leva jeito mesmo de ser o grande cérebro da turma? Leiam o que informa Fausto Macedo no Estadão.
A defesa de José Dirceu protocolou na quinta-feira, 9, no Supremo Tribunal Federal um apelo derradeiro contra os argumentos da Procuradoria-Geral da República nos autos do mensalão. Os advogados do ex-ministro-chefe da Casa Civil – réu pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa – tentam, nesse texto, refutar ponto a ponto os indícios apontados pela acusação. Eles sustentam que trechos do memorial entregue pela Procuradoria aos ministros da Corte contêm “omissões incompreensíveis”.
A petição dos defensores de Dirceu, também denominada memorial, chega às mãos dos 11 ministros do Supremo na etapa mais importante do julgamento, a apenas uma semana do início da votação —  no próximo dia 16 os magistrados começam a ler seus votos. O primeiro será lido pelo relator, Joaquim Barbosa.
José Dirceu é apontado pela Procuradoria-Geral como mentor de “sofisticada organização criminosa” que teria sido montada para cooptação, mediante pagamentos mensais a parlamentares, em troca de apoio na votação de reformas promovidas pelo governo Lula.
“Basta notar que, contra José Dirceu, o único testemunho judicial que consta dos memoriais da PGR é o de Virgílio Guimarães (ex-deputado PT-MG), que de tão vago e genérico nem sequer pode ser considerado um elemento indiciário dos fatos em apuração”, assinala o documento, subscrito pelos criminalistas José Luís Oliveira Lima e Rodrigo Dall’Acqua.
Segundo a defesa do ex-ministro, “praticamente todo o memorial da PGR é constituído por citações de material probatório sem nenhuma relação com José Dirceu, como laudos contábeis, depoimentos de sacadores e recibos de saques”. Os advogados buscam desqualificar o peso do relato do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), delator do mensalão, arrolado como testemunha-chave pelo Ministério Público Federal contra o ex-ministro. “Os memoriais da PGR elencam pequenos trechos de interrogatórios de alguns corréus, como por exemplo, Roberto Jefferson”.
A defesa insiste na tese de que a procuradoria amparou seu memorial quase exclusivamente em dados obtidos fora do âmbito judicial, ou seja, na fase de inquérito da Polícia Federal e durante a CPMI dos Correios. “A PGR ignorou sumariamente toda a farta prova testemunhal, construída sob o crivo do contraditório (instrução do processo no STF), que rebate e infirma todos os trechos dos interrogatórios citados.”
(…)
Por Reinaldo Azevedo

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