Saúde pagou ilegalmente a Cipriano
Saúde pagou ilegalmente a Cipriano
(Quarta e última parte da coluna desta quinta-feira)
NATAL, madrugada de quinta-feira 16 de fevereiro de 2.010
- Uma cobrança que o médico, empresário e ex-deputado Cipriano Correia
promove há meses, na tentativa de enquadrar a secretaria estadual de
Saúde, mostra como as coisas corriam frouxamente no governo do Rio
Grande do Norte na gestão dos então governadores Wilma de Faria e Iberê
Ferreira de Souza.
Seu
procedimento reclama eloquentemente a entrada do ministério público e da
justiça em campo para talvez cobrar-lhe dinheiro recebido indevidamente
e responsabilizar o governante que o fez credor de forma tão irregular.
Como
dono do prédio e dos equipamentos que constituíam o outrora reputado
hospital Itorn, na avenida Joaquim Manoel, em Petrópolis, ele bateu às
portas da justiça, vinte dias atrás, reclamando porque ainda não recebeu
o aluguel desses bens, que constituem o hospital estadual Ruy Pereira
desde o último trimestre da gestão de Iberê, em 2.010, quando este
tentava se reeleger pelo PSB.
Contabilizando
onze meses sem receber, diz que o governo lhe deve 2,14 milhões de
reais. O mais interessante é que o empresário questiona o secretário
estadual de Saúde, urologista Domício Arruda Câmara, porque lhe exige
certidões negativas que a lei cobra a quantos contratarem com o poder
público.
Quando
Iberê sacou no "insight" tresloucado a locação dos bens do antigo Itorn
como forma de ampliar a capacidade de atendimento do hospital geral
Walfredo Gurgel, o prédio e seu conteúdo especializado estava condenado à
hasta pública, e observei, no "Jornal de Roberto Guedes Via e-mail" que
o arrendamento não poderia ser feito. Afinal de contas, Iberê sabia
que, perante as repartições do próprio executivo potiguar, da União e da
justiça, os bens estavam vinculados a débitos enormes, daqueles que a
simplificação das coisas define como impagáveis. Mencionei na época a
absoluta incapacidade de os donos do imóvel obterem as certidões
negativas indispensáveis à contratação.
A
cobrança hoje demonstra que a contratação passou por cima de todos os
princípios do direito e do bom senso administrativo. Se a ele importa
receber por onze meses, e são onze os meses inteiros de gestão da
governadora Rosalba Ciarlini, Cipriano demonstra que no governo de Iberê
andou recebendo aluguéis sem ter condições legais de fazê-lo.
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