Paulo Henrique é o jornalista mais corajoso do Brasil para atacar a reputação da oposição. De qualquer oposição, como sabe Lula. Um pouco de história
Os
petralhas — na Argentina, essa espécie se chama “Los K” — tentam
invadir o post em que trato das ofensas raciais dirigidas por Paulo
Henrique Amorim contra o jornalista Heraldo Pereira, o que o levou a ter
de se retratar, desdizendo o dito. E a turma vem com a delicadeza de
sempre, com aquela valentia do anonimato, com seus falsos e-mails, a
ignorância tão característica, aquele analfabetismo moral agressivo… Não
há surpresa nisso.
Este post,
na verdade, é dirigido a alguns bobalhões desavisados que pretendem me
enredar no seu tatibitate de suposta isenção. Uma parcela da corrente
decidiu escolher o caminho do nem-nem. Sintetizo a sua linha de
intervenção:
“Gosto muito de você e do Paulo Henrique Amorim, acho que os dois têm uma parcela de razão…”
“Gosto muito de você e do Paulo Henrique Amorim, acho que os dois têm uma parcela de razão…”
Como diria
Tereza Cristina, a doida do Aguinaldo Silva, “Pode parar, bebê!” Se
gosta muito de mim e daquele outro, das duas, uma — ou as duas: ou não
entende o que eu escrevo, ou não entende o que ele escreve, ou não
entende o que ambos escrevemos. Impossível! Como diria Padre Quevedo no
Fantástico, no tempo de eu ser menino, “Isso non ecziste”. É um delírio
da mente — e demente.
Essa é só
uma tentativa de emplacar delinqüências intelectuais na área de
comentários do meu blog, o que não vai acontecer. Há uma suposição
estupidamente falsa nessa iniciativa: a de que sejamos pólos opostos de
uma contenda. Ele seria o Reinaldo Azevedo do lado de lá, e eu, o Paulo
Henrique do lado de cá! Não poderia haver nada de mais errado. EU PROVO!
Poucos se lembram de que Paulo Henrique Amorim já foi delirantemente antilulista. Depois se tornou delirantemente lulista.
Por que se entregou de corpo e alma (qual será a cor da sua?) tanto a
uma coisa como a seu contrário? Eis um homem que sabe ser feroz,
implacável mesmo, com quem está na oposição. A coragem de Paulo Henrique
Amorim para dizer “verdades” na cara de QUEM ESTÁ FORA DO PODER é
assombrosa!
Não! Não
somos iguais, só que em pólos opostos. Eu fui crítico do governo FHC —
os veículos que eu dirigia, então, o provam — e continuei crítico dos
governos Lula e Dilma. Há mais: opino, sim, mas sobre fatos. A mentira
não pode ser confundida com opinião. E Paulo Henrique? Em 2006, o
jornalista Alberto Dines — com quem não tenho intimidade e de quem já
discordei com dureza — escreveu um artigo
sobre este monumento à coerência. Dines se refere ao comportamento de
Paulo Henrique Amorim na véspera da eleição de 1998, quando Lula era a
sua vítima. Leiam um trecho:
Paco, o linchador
- Em seu site Conversa Afiada, Paulo Henrique Amorim publicou na noite
de sexta-feira (3/11) a seguinte manchete: “Internautas criticam artigo
de Alberto Dines”. Clica-se e aparece a foto deste observador e um
pequeno texto: “A favor da mídia. Internautas criticam artigo em que
Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, se manifesta a favor da
mídia”. Os curiosos então clicam para saber o que Paulo Henrique Amorim,
porventura, tem a dizer sobre o assunto e descobrem que Paulo Henrique
Amorim, como sempre, nada tem a dizer: escafedeu-se. Mas como precisa
fazer jus ao cachê de linchador, remete para os comentários dos
internautas furiosos com este observador. Convém registrar que o
afiadíssimo site é completamente cego em matéria de interatividade e
democracia: não recebe comentários dos leitores. Paulo Henrique Amorim -
Paco, para os íntimos - é o protótipo do linchador. Paradigma do
empastelador. Agente provocador de quebra-quebras. Tem longa experiência
nesta matéria. Paco agora anda camuflado de militante petista. O
disfarce vai durar pouco. Em setembro de 1998, véspera da
segunda disputa Lula-FHC, ele comandou na TV Bandeirantes uma viciosa
cruzada contra Lula com os mais torpes argumentos. Pretendia denunciar a
operação financeira que permitira ao então líder sindical a compra de
um apartamento em São Bernardo do Campo. Não foi um ataque político, foi
um golpe baixo. Não foi um surto pontual, foi uma cruzada contínua,
demorada, persistente. Em todas as edições do principal telejornal da
Band, durante longos minutos, com todos os recursos de edição,
depoimentos, documentos e aquela vozinha histérica, nasalada, tentando
levantar os ânimos para derrotar Lula logo no primeiro turno. Paco, o linchador, era o âncora do telejornal e conseguiu ser ouvido por alguns veículos. (…).”
Voltei
Lula processou Paulo Henrique Amorim e a Band, que pediu desculpas públicas ao petista. Entenderam por que, entre muitas razões — e a capacidade de empregar orações subordinadas está entre elas —, não somos faces opostas da mesma moeda ou, sei lá, pólos opostos de uma contenda? Isso até pode ter algo de verdadeiro num único aspecto: como é a oposição que define um regime democrático, não o governo (que existe, e como!, em todas as ditaduras), eu confesso ter uma ligeira simpatia, em princípio, por oposicionistas. Gosto da idéia de que lhes cabe vigiar o poder. Paulo Henrique, como resta comprovado, gosta mesmo é de governo.
Lula processou Paulo Henrique Amorim e a Band, que pediu desculpas públicas ao petista. Entenderam por que, entre muitas razões — e a capacidade de empregar orações subordinadas está entre elas —, não somos faces opostas da mesma moeda ou, sei lá, pólos opostos de uma contenda? Isso até pode ter algo de verdadeiro num único aspecto: como é a oposição que define um regime democrático, não o governo (que existe, e como!, em todas as ditaduras), eu confesso ter uma ligeira simpatia, em princípio, por oposicionistas. Gosto da idéia de que lhes cabe vigiar o poder. Paulo Henrique, como resta comprovado, gosta mesmo é de governo.
Quando o PT
era oposição, Lula era a sua anta. Quando o PT ganhou a eleição, Lula
passou a ser o seu Schopenhauer. E sempre com a mesma convicção. Nunca
antes na história destepaiz houve um jornalista tão corajoso com aqueles que estão fora do poder!
Se eu achar
algum texto de Paulo Henrique Amorim atacando as privatizações enquanto
FHC era presidente, publico aqui, junto com a foto de uma cabeça de
bacalhau e do enterro de um anão.
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