Advogado de Jefferson diz que Lula ordenou o mensalão. E o que disse o subjornalismo financiado pelas estatais
Escrevi hoje um post sobre
a diferença entre o jornalismo e a pistolagem financiada por governos
ou por estatais. E não poderia haver dia melhor para isso. Esse
subjornalismo a serviço do governo e do petismo, que chamo JEG
(Jornalismo da Esgotosfera Governista), pôs para circular a versão de
que, na defesa que entregou ao STF, Roberto Jefferson negava a
existência do mensalão. Era mentira, claro! Uma mentira, reitero,
patrocinada por estatais, pelo seu dinheiro. A verdade está justamente no oposto. Leiam o que informa o Estadão Online. Volto em seguida.
Advogado de Jefferson diz que Lula “ordenou” mensalão
Por Luciana Nunes Real:
Responsável pela defesa do ex-deputado Roberto Jefferson, autor da denúncia do mensalão e um dos 38 réus do processo, o advogado Luiz Barbosa disse nesta terça-feira, 24, que seu cliente “exagerou” ao inocentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Barbosa vai sustentar tese contrária no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF): dirá que Lula “ordenou” o mensalão.
Responsável pela defesa do ex-deputado Roberto Jefferson, autor da denúncia do mensalão e um dos 38 réus do processo, o advogado Luiz Barbosa disse nesta terça-feira, 24, que seu cliente “exagerou” ao inocentar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Barbosa vai sustentar tese contrária no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF): dirá que Lula “ordenou” o mensalão.
“O Supremo
considerou plausível para iniciar o processo que três ministros — José
Dirceu, Anderson Adauto e Luiz Gushiken — estariam pagando deputados
federais para votarem projetos de lei de iniciativa do presidente da
República. Eles (ministros) foram os auxiliares, e ele (Lula) ordenou,
sim, que se fizesse aquilo que diz a acusação. Se ele não tivesse
ordenado, seria um pateta. É claro que os ministros não mandavam mais do
que ele (Lula)”, sustenta o advogado.
Questionado
sobre a razão de Jefferson ter dito que o então presidente da República
era “inocente”, o advogado respondeu: “Foi uma licença poética, por
recomendação minha. Naqueles dias turbulentos, ele não deveria atacar
Lula e Dirceu a um só tempo. O Lula não sabia nem onde apagava a luz, o
Dirceu tinha controle total do governo. Então o alvo foi o Dirceu. Não
demorou nem dois dias, e ele deixou o governo (Dirceu era chefe da Casa
Civil) e voltou para a Câmara. Eu acho que o Roberto Jefferson exagerou
dizendo que Lula era um homem inocente. De todo modo, o responsável pela
defesa sou eu. Tenho total liberdade, sob pena de não patrocinar a
defesa. É meu trato com ele.”
Roberto
Jefferson passará por uma cirurgia para retirada de um tumor no pâncreas
no dia 28 de julho e não irá ao Supremo para o julgamento, que começa
dia 2 de agosto. Barbosa afirmou que a decisão de Jefferson foi tomada
antes do diagnóstico. “Não é produtivo, não ajuda o julgamento”, diz.
O advogado
rejeita os dois crimes atribuídos ao cliente pela Procuradoria Geral da
República, de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-deputado,
que teve o mandato cassado em setembro de 2005, disse ter recebido R$ 4
milhões do PT para o PTB. Jefferson é presidente nacional do PTB. “Esse
processo não poderia ter existido e foi feito para silenciá-lo, porque
ele seria a melhor testemunha de acusação. Ele recebeu R$ 4 milhões e
deveria ter recebido R$ 20 milhões para a eleição municipal de 2004. E
que lavagem de dinheiro se o PT na época era uma vestal incontestável?
Ele (Jefferson) não poderia suspeitar da origem do dinheiro, nem ele nem
ninguém”, diz Barbosa. Para o advogado, salvo alguns réus que respondem
por evasão de divisas, o julgamento “vai ser um festival de
absolvições”.
Voltei
Eis aí. Essa é a síntese da defesa de Roberto Jefferson, não aquela patrocinada pelas estatais, a serviço de um partido. Ou por outra: o dinheiro público, mais uma vez, foi posto a serviço de uma mentira.
Eis aí. Essa é a síntese da defesa de Roberto Jefferson, não aquela patrocinada pelas estatais, a serviço de um partido. Ou por outra: o dinheiro público, mais uma vez, foi posto a serviço de uma mentira.
É claro
que a versão de agora de Jefferson é diferente daquela que ele
apresentou em 2005 no que concerne a Lula. Em qual acreditar? Ora,
apelem ao bom senso e à lógica. Considerando o controle que Lula tem do
PT — não se esqueçam de que ele decide até quem disputa eleições
municipais —, alguém acredita que ignorasse uma operação daquele
tamanho? Alguém acredita que realmente não soubesse o que andavam
fazendo Dirceu, Genoino, Delúbio e o resto da turma?
Quanto à
previsão do advogado, segundo a qual haverá absolvição às baciadas,
vamos ver. Somada à sua acusação, parece sugerir que se costura um
acordão. Vamos ver. Os Onze da República dirão.
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