Do Jornal Nacional
A capital do Rio Grande do Norte
enfrenta a maior crise administrativa de sua história. Em dois meses, a
cidade teve três prefeitos diferentes. O último tomou posse nessa
quarta-feira (26).
Ferragens expostas, destroços na areia e falta de iluminação no calçadão da praia de Ponta Negra, uma das mais visitadas em Natal.
“A gente não pode andar sem prestar atenção muito bem onde está pisando. Está muito ruim mesmo”, afirma uma mulher.
Estragos gerados pela ressaca nos
primeiros meses do ano e que, durante o dia, impressionam ainda mais. O
estado de calamidade na orla foi decretado pela prefeitura há cinco
meses, mas nenhuma providência foi tomada.
“O município de Natal não tem dado
prioridade à questão grave que é a destruição da praia de Ponta Negra”,
reclama a promotora do Meio Ambiente, Gilka da Mata.
Na maternidade, onde nesta quinta-feira
(27) de manhã 12 mulheres estavam internadas com seus bebês, não tinha
energia elétrica desde a noite. O corte foi feito para reparos nas
instalações, as paredes davam choque.
“Não tem explicação, a gente com nosso
filho ter que passar por uma humilhação dessa, passar a noite no escuro,
ouvindo o som de criança chorar. Isso é muito triste”, lamenta a
cabeleireira Adelita Oliveira.
A falta de profissionais obrigou a prefeitura a convocar os médicos para dar plantão extra.
Os problemas na administração municipal
foram intensificados pela troca de prefeitos. Micarla de Sousa foi
afastada no fim de outubro por suspeita de desvio de recursos públicos. O
vice-prefeito, Paulinho Freire, assumiu o cargo, mas teve que sair
porque foi eleito vereador.
O presidente da Câmara Edivan Martins
não quis ocupar o cargo e quem assumiu foi o primeiro-secretário Ney
Lopes. Mas a Justiça determinou que o prefeito deveria ser Edivan. Por
dois dias Natal ficou sem comando. Ney Lopes então reassumiu nessa
quarta-feira o cargo por 72 horas, até que o prefeito eleito em outubro
tome posse.
“Vou fazer tudo o que for possível fazer
para pagar o funcionalismo público e também os funcionários
terceirizados”, disse o prefeito de Natal, Ney Lopes Junior.
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